quarta-feira, junho 11, 2008

No more Mr. Niceguy

O bom samaritano morreu, de desgosto. A sensação de não haver retorno ou reconhecimento de suas ações cessou seus batimentos cardíacos. Esforços, sacríficios, favores e gentilezas soam-lhe natural e desinteressadamente benevolente, porém o não reconhecimento, ou seja, estas reações mais do que opostas, contrárias às atitudes dele ou as que lhe causam estranheza maceram-lhe os valores, trazendo-lhe angústia e desconforto.
Morreu o poeta, abandonou a empatia depois de suicidarem sua simpatia. A aspereza de suas palavras reflete seus tormentos. Parece que, disso, não importa o que digam: o homem- capacho tenta erguer-se do chão para deixar de ser este lixo humano no qual ele se ornou ao ficar apenas com os restos de outros.

segunda-feira, junho 09, 2008

Em três palavras mora a mudança.
São palavras pouco ditas
ou nunca antes proferidas.
Desde elas, uma apenas traz esperança.
É uma resposta simples e compacta, que nada tem de abstrata.

Os novos antigos pensamentos

nunca estiveram ausentes.
Em questão de um ano,
quase que só uma idéia
dominou seus ramos,
nervosos, contradizentes.
Queria deixar-se aos ventos.
... vazia

domingo, junho 08, 2008

Certas palavras não deveriam ser ditas

Senhoras e senhores! Crianças e crianços! O circo de São Tomé das Letras orgulhosamente os convida à toca do leão! Um passeio pelas galerias de pólvora do Homem-Bala, um gentil moço que se atira no espetáculo de suas vidas simplesmente para entreter seus semelhantes! Gostaríamos de lembrá-los que o material contido nesses galpões é altamente explosivo e inflamável, por isso pedimos a todos atenção e cuidado com fósforos, isqueiros, cigarros, charutos, cachimbos, incensos e outros materiais que possam atear fogo em qualquer parte de nosso armazém. Nesta história o que causa medo não é a periculosidade do material, porém a possibilidade de uma eventual faísca, emitida por qualquer uma daquelas pessoas nas quais, em momento anterior, depositou-se a confiança, pois, disso (re)nascerá o rebuliço e a confusão.
...

segunda-feira, junho 02, 2008

Retomando o doce aroma do cotidiano dessa vida

Novamente sujeito àquele dia a dia, ele percebe de forma mais clara as suas suspeitas. Daí, ele se questiona se a realidade é assim tão cruel e doce. Serão a sensibilidade e o tédio ao fim o dia que o tornam ver inverossimelhanças? Provável que não. pelo menos em algumas percepções que se repetem por mais de dois dias.
Em número um, o peixe mordeu a isca e a pescadora laçou o baiacu de tal forma como parecia querer. Selecionando seu cardume a pescadora não se alimenta daquele que pode ser venenoso, apenas o adestra e o alimenta para amá-la e ser amado. Em resposta, o peixe aceita o mimo de sua doce cuidadora e retribui, em forma de favores, seus pedidos.
... Afaste-se projétil carioca!
Em segundo e último lugar: Ah! Seu defecador! - pensa ele - Por que sua coragem se faz ausente nos momentos de importância, dando lugar a uma enorme acomodação e, depois, arrependimento? Você sabe que sua imaginação recriou a solução miraculosa, porém para que te serve este sofrimento a que te sujeitas? O risco!? Cure-se dessa diarréia encefálica e seja dono de seus atos! Se isso não o fizer feliz, pelo menos não fará mais esse mal à outros.
... Ha! Sentes-se melhor? Pois eu não.